quinta-feira, novembro 13, 2008

Rádio Clube de Monsanto









No fim de semana do Santos, visitei a nossa Beira Baixa, o que sempre faço com saudades e alegria. Mal passada a cidade de Abrantes, calco num botão pré-sintonizado e aí está a frequência de 98,70 Mhz, a do Rádio Clube de Monsanto que, primeiro aos soluços, com as subidas e descidas da A23, depois a plenos pulmões me vai encher a alma e ser fiel companhia no pouco tempo que por lá costumo ficar. É, pois, um dever de gratidão escrever estas linhas para homenagear uma voz amiga e de qualidade.
É uma história bonita e corajosa. Há 23 anos, quando a debandada das nossas gentes se dera e continuava para o estrangeiro, centros urbanos e zonas do litoral, um homem sonhou e deu à nossa Beira Interior o Rádio Clube de Monsanto. Compreendemos que não foi, não é e não será trabalho fácil erigir uma obra de tamanha envergadura, com despesas garantidas e receitas mais que incertas. Uma voz ao serviço do interior e das suas populações, voz de verdade e de justiça, cobrindo uma vasta área, do Alto Alentejo à Beira Alta, Espanha adentro, o R.C.M. foi-se impondo, facilmente se tornando uma referência de prestígio a nível da Região e agora, via internet, o som que se espalha pelo País e pelo Mundo, tornando-se um elo de ligação entre os muitos que partiram e os poucos que ficaram. Claro que uma tal missão devia ser apoiada, "com unhas e dentes", pelos poderes locais e nacionais. Mas assim não acontece! Todo aquele que quer viver sem subserviência, neste Portugal de governantes pequeninos, "tem" de se vergar ao sabor das conveniências político-partidárias ou "desaparecer". O direito à diferença tão apregoado para obter "direitos" para minorias aguerridas e "barulhentas", vidé os "casamentos" dos homossexuais, não é reconhecido a outros que querem "fazer pela vida", com sacrifícios materiais e pessoais. Vejamos o caso do nosso Rádio Clube de Monsanto. Chegou a altura de renovar o alvará, documento que lhe permite funcionar dentro da Lei, entre outros. O anterior custou 1000 euros e para a sua revalidação é agora exigida a importância de 5000!!! euros, por um período de 10 anos, embora o Governo, consta-se, já se proponha diminuir tal prazo de duração. E outras "alcavalas" não faltam. Pagar à E.R.C., à A.N.A.C.O.M., à S.P.A., a água e esgotos, a electricidade, o I.V.A., o I.R.C., o I.M.I., material de desgaste e equipamentos, a sua manutenção, os pagamentos por conta, a Segurança Social, etc. Salários para o pessoal? O seu Director, prof. Joaquim Fonseca, autêntico apóstolo da comunicação social, não só faz o seu trabalho sem encargos para o R.C.M.como suporta, não raro, certas despesas, do seu próprio bolso. O Governo e o poder local estão, verdadeiramente, interessados em desenvolver o País "esquecido"? Não. As palavras são, muitas vezes, um sofisma eleitoralista com que nos vão enganando...
Tristezas não pagam o alvará do R.C.M. A linda voz, acompanhada a adufe (que minha Mãe também e tão bem tocava) de D. Maria Amélia Fonseca, cantando-nos "Senhora do Almurtão"!


http://www.youtube.com/watch?v=vLEYOS00L7s

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