Fui passando, dando conta dos meus estados de alma, relatando para a página o que vi, ouvi, saboreei, senti e cheirei ao longo de uma vida que já vai longa: angústias e alegrias, medos e fanfarronices, lazeres e trabalhos... Falei da minha vida, da minha Aldeia e da minha Beira, enfim, daquilo que amei ... mesmo que já não possa ver. Se lhe dei motivo para me revisitar, agradeço do coração o tempo que me concede.
quinta-feira, janeiro 29, 2009
Do you speak English???
terça-feira, janeiro 27, 2009
Aqui, Bruxelas!!!
sexta-feira, janeiro 23, 2009
Ilhas Canárias
http://www.youtube.com/watch?v=TtW8Ec8BfVE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=TdRJwosO8GE&feature=related
No ar!!!
sábado, janeiro 17, 2009
Arlindo de Carvalho
quinta-feira, janeiro 15, 2009
Mulheres, ah!!!! as mulheres .... onde é que eu já li isto???
Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção. Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas. As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fracção de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são rectas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los. Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras. A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas... Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam connosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão. É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulémica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranquila e cheia de saúde. Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês, porque, nunca terão uma referência objectiva do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer, jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda. As jovens são lindas... mas as de 40 para cima são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o Atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas, que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto, uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo. Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboteia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo de que goste, compra; quando tem que economizar, economiza. Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tiram a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos. Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se! A beleza é tudo isto. Paulo Coelho
quarta-feira, janeiro 07, 2009
As Janeiras
Passava-se há muitos anos. As noites eram frias, escuras, muitas vezes molhadas. As festas de Natal já haviam passado, sem o "brilho" dos "natais" de hoje, mas com muito mais encanto e espiritualidade, sim, espiritualidade que adensava o encanto de um Deus que quis ser Menino para nos tornar irmãos. A passagem do ano novo, quase não tinha significado para a grande maioria da população, a não ser que, por causa do "dia santo", não iria passar pelas agruras da apanha da azeitona. Contudo, não seria pago tal descanso! Pelo dia de Reis, santificado e de preceito também, ocasionalmente até antes, era dada a "partida" para o cantar das Janeiras que, durante dias, umas vezes de forma improvisada, outras com alguma organização e até acompanhamento instrumental, iam aqui e ali, a pedir qualquer coisa que se comesse ou bebesse... Uns faziam-no para se divertirem; outros, "à cata" de um "mimo" que "consolasse" ou até ajudasse a mitigar a fome. Eis um aspecto que ainda nunca encontrei focado no que tenho visto, lido e ouvido. Os jovens, na nossa Aldeia, casados e solteiros e também as crianças existiam em quantidades inimagináveis para os que hoje por lá passam, se tiverem menos de 40 anos. Era assim que, não raro, apareciam vários grupos que, à luz de lanternas de azeite ou candeeiros de petróleo - ou até na mais completa escuridão - iam percorrendo as ruas da Aldeia, detendo-se nas casas onde se podia sentir um pouco de capacidade material e generosidade de coração - nem sempre unidas - para partilhar as filhós restantes de uma Consoada já longínqua, uns figos secos, um naco de pão com queijo, um copo de vinho... Uma chouriça, morcela ou um bocado de toucinho seria quase um acertar no "euro milhões"... Tal situação só para amigos e/ou familiares, numa forma de prolongar o serão em noites bem longas...
Cantava-se "São chegados os 3 Reis magos/Das bandas do Oriente/Adorar o Deus Menino/Senhor Deus, Omnipotente". Ouvia-se também, já com outra música, a criar receptividade nos donos da casa "Inda agora aqui cheguei/Logo pus o pé na escada/Logo meu coração disse/Aqui mora gente honrada". E ainda "De quem é o "pentem" d'ouro/Qu'além está dependurado/É do menino "José"/Que Deus o faça um cravo". Depois era dedicada uma quadra a cada um dos que poderiam estar dentro da casa, o que levava o seu tempo. Em casa dos meus avós paternos contavam-se 10, sem os netos... E não eram os "campeões" lá da terra... Mais "Venha-nos dar as Janeiras/ Se as tem para nos dar/Somos daqui muito longe/Temos muito para andar". Uns momentos de silêncio em que se decidia o tudo ou o nada!!! Abrindo-se a porta, lá vinham os votos de bom ano, um ou outro petisco, um "copo"... se houvesse autorização para entrar. De outra forma, podia vir uma mão-cheia de figos secos ou de castanhas... que iam "p'ró saco", para despachar... Correndo tudo bem, isto é, se valera a pena o esforço e o empenho, lá vinha mais uma quadra o agradecimento final. Se os de dentro "faziam ouvidos de mercador" era certo e sabido que a despedida era sempre a mesma: "O toucinho é bom alto/E a faca não quer cortar/ Esta "barba de farelo"/ Não tem nada p'ra nos dar." E a procissão lá seguia a tentar a sorte noutras bandas ...
Tenho de esclarecer que a "barba de farelo" nem sempre se justificava, pois quando se sabia que em tal casa o acolhimento era fraterno a "cantilena" era mais que muita... E dar sempre também "cansa"...