sexta-feira, setembro 18, 2009

A "Magá" fez um ano!!!

Andávamos um pouco "atordoados" ainda com o nascimento de mais um neto, nesta caso, uma neta, a Madalena, a contar meses, e já o nosso Filho nos telefonava:
- Embora não seja fim dia de semana, não querem vir cá, a Lisboa, soprar a vela e cantar-lhe os parabéns do aninho?
- Sim! - apenas podia ser a resposta pronta e feliz.
Aproveitámos a viagem para irmos reflectindo na rapidez com que o tempo passara e na expectativa de mais uma visita.
O encontro com a menina da festa foi, da parte da bebé, como de costume: uma certa reserva - com a mais velhinha as coisas são mais fáceis! - o abrir das prendas - a Avó é uma "mãos largas" - as "palavrinhas doces" e "miminhos", o pegar ao colo e a festa fica pronta, num instante. Depois, o entusiasmado cantar do "parabéns a você!", o soprar da vela, que sobra para a mana, aliás a que, realmente, deu verdadeira "importância" ao acto.
Ruivinha como a mais velha, as duas são a maior novidade da Família. Calada e persistente, gatinha de um lado para o outro e nada lhe escapa. Consegue, normalmente, o que deseja, sem incomodar ninguém. Pela calada. O que havia de desejar mais, de preferência? Uma peça verde do Lego que fora dado à maninha. Sorrateiramente e... "já cá canta"! Está na mão dela. Em cima!
Começa a escurecer e são horas de regressarmos. Sentimo-nos felizes nestes encontros com as duas Irmãs. A mais crescida fala, fala, fala e canta. Aquele T está complicado.
- Olha, os avós têm de ir embora.
- Po'quê?! - interroga, curiosa e interessada.
Sempre o "po´quê" e o "não quero"...
A resposta foi fácil e convincente. Já é de noite e os avós precisam de ir para a cama. Não será bem assim, mas, nesta idade, "ir para a cama", depois do Sol escurecer, é indiscutível.

terça-feira, setembro 15, 2009

À nossa Mãe



~~~ Quem és ?... ~~~

Quem és tu, ser meu idolatrado,
Que só em sonhos te vejo, se te recordo?!...
Porém, só te sonho, quando acordado,
E só te recordo, se do meu sonho não acordo.

Quem és?! Pergunto à terra, ao céu, ao mar,
Ao vento forte e à leve aragem…
Quem és, e não me canso de perguntar,
Tu que na minha solidão me dás coragem?

Vejo-te, às vezes, na luz da madrugada,
Mais ainda na saudade do sol poente...
Quem és tu, afinal, meu tudo e nada,
Para assim te recordar constantemente?!

Eu creio que tu sabes bem quem eu sou.
E quem tu és, sei-o melhor do que ninguém.
Eu sou a dor no poema que aqui te dou,
E tu, minha força e meu alento, a minha mãe.


Aranhas, 3 de Maio de 2005
Fernando de Almeida Serrano
(Com vénia!)

quarta-feira, setembro 09, 2009

Festa na Aldeia - 2009

8 de Setembro. O Sol já aparecera por detrás da serra das "Pedriças" havia horas. Não era fácil sair do aconchego do quarto protegido da dureza dos seus raios pela grossura das paredes de granito. Levanto, não levanto ... mas o dever venceu a preguiça. Uma devoção firme a Nossa Senhora da Graça ali me levara e havia de ser cumprida. Já na véspera se dera início à celebração da festa da Natividade de Maria com a procissão das velas e a recitação do Rosário. Muita devoção, presença razoável de fiéis. Com a direcção do Pároco, o nosso P. José Joaquim, entusiasta, simpático, delicado na sua alegria de viver. A Banda a acompanhar, sempre com o Povo e o Povo com a Banda. Esta paixão está em todos nós.
A Missa solene havia de ser às 11 horas. Segui atrás da banda, que me passou à porta, até á nossa pequena "catedral". Tantas recordações de um tempo que não mais voltará.
Quis o destino que, lá em cima, no "coro", ocupasse o lugar onde tantas vezes se sentara o meu Pai. Terça-feira. Este apego à celebração da festa no dia próprio revela fidelidade ao calendário litúrgico, mas dá motivo a que muitos não possam estar presentes. As férias já foram, as aulas estão aí e o resultado também: pouco mais de "meia casa"...
Mas voltemos à nossa festa: Missa cantada, presidida pelo nosso Pároco e homilia, bem a propósito, pelo Arcipreste, P. Manuel Toscano. A procissão por um percurso não habitual. Uma novidade para mim. Que daria problemas, com gente menos cordata. Mas tudo bem. A Banda tocava e o Povo cantava: "Nossa Senhora da Graça/ Padroeira desta Aldeia/ A velar pelos seus filhos/ Do inimigo defendei-a." "Nossa Senhora da Graça/ Este amado Povo teu/ Quer, ó Mãe, sempre amar-te cá na Terra/ Com Amor forte e leal/ Que perdura até ao Céu".
Pois. foguetes não houve. Cães para fugirem deles também quase não vi. Nem ouvi.
De tarde, com a Banda a tocar - e bem, com muitos jovens e até crianças - teve lugar o "ramo", onde se leiloaram os frutos da generosidade dos devotos de Nossa Senhora da Graça. Alguns bem apetitosos! E a chegarem a preços bem elevados. Também generosos os que os compraram.
A tarde ia escorrendo com o Sol a escapar-se lá para as bandas da Gardunha, quando ribombaram os primeiros trovões. Ao longe, relâmpagos e nuvens negras. Não demorou muito a cobrirem toda a Aldeia. De repente, a igreja volta a encher-se, como acontecera de manhã. A chuva aí estava. Com ela o cheiro da terra molhada, a primeira deste fim de Verão. Uma bênção para os campos ressequidos. Pelas cinco e meia da tarde, a festa acabara. Mesmo assim, a Banda ainda arranjou coragem para, ordenadamente, descer pela estrada, em direcção à sede, tocando mais uma das suas marchas. Um lindo som que não consigo esquecer.
Almocei com o meu Irmão.

Nascidos em ... 1943

Pois, é já costume. Aproveitando a celebração da festa de Nossa Senhora da Graça, os de 1943 - e foram nascidos quase meia centena - reúnem-se para mais um almoço . A Maria Amélia telefonou-me, na última semana de Agosto: "Olha que, este ano, o almoço é no dia 6, Domingo". "Ó Amélia, dá lá um jeito, que só posso ir nesse dia, à noite, ou segunda, de madrugada". "Vou falar com a malta e depois te digo".
Soube depois que a maior dificuldade fora arranjar um restaurante aberto, à 2ª. feira. Mas aconteceu que havia um, lá em Penha Garcia, "O Freixo".
A viagem durou até tarde e só pela meia-noite pude exclamar "Graças a Deus". De manhã, a Amélia foi a primeira que descobri. A euforia do costume, sempre simpática e bem falante, a pôr-me a par das "últimas" da Aldeia e do "grupo". "O Galucho não pode estar. A Maria Emília está doente". Uma falta importante, pois o meu companheiro de carteira, nos 4 anos da "escola primária", fora o animador sempre disponível das patuscadas anteriores.
Estava-se perto das 13 horas do dia 7, quando nos chegámos à mesa, debaixo de uma "latada", ali mesmo à beirinha de Penha Garcia. Bacalhau e cherne na brasa, batatas no forno, a murro, escalopes de vitela, saladas. Uma delícia de arroz doce. E tudo o mais de modo a deixar satisfeito quem não fosse demasiado exigente. Com o senão das "entradas" pelo fraco, talvez para deixar apetite para o "resto". Não faltaram quadras - ora, deixe-se a qualidade e louve-se a boa vontade!!! - para animar o encontro e até uma chamada pelo tlm. do mais notado ausente a querer, assim, estar "presente".
Nunca entrara em Penha Garcia. Desta vez, ali mesmo a jeito, foi só dispor-me a passear nas suas ruas. Uma agradável surpresa. Gosto muito de Monsanto, bem à vista. Posso dizer que fiquei hesitante em me decidir por uma destas lindas aldeias da nossa Beira.
Recomendo, vivamente, uma visita. Linda, mesmo, esta Penha Garcia.
De regresso, tomei um caminho de modo a beber água numa fonte que me "viu" "andar de gatas", por ali. Fora recentemente canalizada para um parque de merendas, à beira da ribeira. Olhem, estava quente e soube-me - não, não, não foi "a pouco"!!! - soube-me a ... plástico...