terça-feira, outubro 13, 2009

Bom tempo, mau tempo!!!

Queridos Amigos e queridas Amigas da Rádio SIM,
Diariamente, quase sempre largas horas, vou ouvindo o muito que de bom têm para nos apresentar. Devo fazer notar que, no "sótão", tem de haver ainda muias mais "novidades" e que, às vezes, a audição se torna monótona, ao longo das 24 horas, pois já se deu o caso de ouvir a mesma música em diferentes programas. O que até pode ser bom, para alguns dos ouvintes, mas eu acho que a "matéria prima" aí nos vossos arquivos pode dar "pano para mangas".
Mas o que verdadeiramente me está a "fazer mossa" é a questão do tempo, do bom tempo. Então a Helena Almeida enche a boca no "bom tempo" que temos. E ela tem menos desculpa - desculpe lá, querida Lena!!! - pois está aqui a viver e a trabalhar numa região com muita agricultura e sabe - devia saber? - que isto que Deus nos manda é tudo menos "bom tempo". Já os povos bíblicos do Antigo Testamento tinham a noção da gravidade das secas causadas pela escassez das chuvas. Ora o que nós temos é um péssimo tempo: os campos estão ressequidos, não se podem fazer as lavouras nem as sementeiras de Outono, os gados não têm pastagens, as árvores estão a morrer de sede, os poços não têm pinga de água, as ribeiras estão à míngua - há regiões onde tiveram de transferir os peixes para os salvar. Por este caminho, Portugal, a Sul do Tejo e até em parte da Beira Interior tornar-se-á, em poucos anos, um prolongamento dos desertos do norte de África. A água que consumimos tem de ser captado em furos cada vez mais fundos e, tudo tem um limite, De onde vai vir a água para beber? Do Supermercado, responderá o miúdo reguila. E para o banho? Vou à piscina, dirá a garota "modernaça". E para lavar a loiça? O cão lambe, exclama o adolescente preguiçoso. E para lavar a roupa? Deito-a fora e vou pedir mais à Cáritas, sugere o "subsídio-dependente"... E assim se vai criando, na sociedade citadina, a ideia de que a chuva não faz falta e de que é mesmo uma chatice!!!Pois!!! Mas faz mesmo falta e, desgraçadamente, vamos senti-lo mais depressa do que seria para desejar. Os camponeses já o sabem. Os bombeiros também. "Os meninos da cidade", os que mais água estragam, vão sabê-lo, em breve.
Queridos Amigos e queridas Amigas,
Por favor, tenham uma atitude pedagógica: em Agosto, calor e céu limpo é bom tempo; em Outubro, Helena Almeida, este tempo ... é uma DESGRAÇA!!!
Abraço todos e vou continuar a ouvir-vos,
O ouvinte chato,
António A. Serrano
Palmela

4 comentários:

Unknown disse...

Conheço o seu blog há algum tempo e, de todas as vezes que o visito, surpreendo-me com a sensibilidade, a paixão, o sentimento que consegue transmitir em cada um dos textos publicados. “Na Eira” não posso deixar de comentar, pelo facto de me recordar as centenas de vezes que no colo da minha avó ouvi esta mesma história de vida, com outras “personagens” mas com a mesma paixão. Obrigada por me trazer de volta o aconchego do colinho da minha avó, por coincidência de nome Carminda Almeida.

António Serrano disse...

Regina,
A vida não para de nos surpreender: a heroína desta história, "Na eira" chama-se, realmente, Carminda de Almeida (Pinto). Não a conheço a si, penso. Ou há alguma coisa que me escapa?
Obrigado pelo que escreveu, pois me tornou mais feliz.

Unknown disse...

Não, não me conhece.
Tive o privilégio de, profissionalmente, me cruzar com o seu filho Luís e com o tempo construir uma grande amizade. Foi ele que, orgulhosamente, me deu a conhecer este blog para me mostrar um texto que lhe era dedicado. Chamou-me a atenção, nessa altura, a história “o velho, o rapaz e o burro…” a mesma que a minha avó tantas vezes utilizava quando me dava conselhos e, confesso, não resisti a dar uma “vista de olhos” pelo blog. Gostei tanto do que vi que fiquei “fã”. Sei que escreve para familiares e amigos e por isso me sinto uma intrusa quando o visito, razão pela qual não comentei outros textos que também me tocaram.
O nome é de facto uma coincidência, a história é comum a muitas famílias da Beira. Eu tive a felicidade de nascer numa destas famílias onde esta história era contada como exemplo de força, de coragem e de esperança numa vida melhor.

António Serrano disse...

Regina,
Os Amigos dos meus Filhos... meus Amigos são. Por aqui diz-se, quando se bate à porta "Quem é?! Entre!" Na Beira dizemos, na mesma circunstância; "Entre quem é!"
Ainda bem que por aqui andou. Por Bem, alegrando a minha vida! Venha sempre.
Passe a vaidade, é para mim também um privilégio ter o Luís por Amigo. Um grande Amigo. Uma graça de Deus.