sexta-feira, fevereiro 24, 2012

D. Manuel Martins, a voz dos sem voz

D. Manuel Martins, Bispo Emérito de Setúbal

«Vejo esta crise com muita apreensão, com muito desgosto, com alguma vergonha. Estou convicto que esta crise era evitável se à frente do país estivessem pessoas competentes, isentas, pessoas que não se considerassem responsáveis por clubes, mas que se considerassem responsáveis por todo um povo, cuja sorte depende muito deles. E fico muito irritado quando, por parte desses senhores, que nós escolhemos e a quem pagamos generosamente, vejo justificar que esta crise impensável por que estamos a passar, é resultante de uma crise mundial. Há pontas de verdade nesta justificação. Esta crise, embora agravada por situações internacionais, é uma crise que já podia ter sido debelado por nós há muito tempo, se nós não andássemos a estragar o dinheiro que precisávamos para o pão de cada dia.(...) Estas situações, da maneira como estão a ser agravadas e, sobretudo, da maneira como estão a ser mal resolvidas, podem ser focos muito perigosos de um incêndio que em qualquer momento pode surgir e conduzir a uma confrontação e a uma desobediência civil generalizadas (...). Mete-me uma raiva especial quando vejo o governo a justificar as suas políticas e as suas preocupações de manter e conservar e valorizar o estado social do país. Pois se há alguém que esteja a destruir o estado social do país, é o governo, com o que se passa a nível da saúde, a nível da educação, a nível da vida das famílias, dos impostos, dos remédios, mas que tem só atingido as pessoas menos capazes, enfim as pessoas que andam no chão, as pessoas que estão cada vez com mais dificuldades em viverem o dia-a-dia, precisamente por causa destas medidas do governo.»
D. Manuel Martins, Bispo emérito de Setúbal, em entrevista à Antena 1.

Entender o JEJUM!!!

Livro de Isaías 58,1-9a.
Eis o que diz o Senhor Deus: «Grita em voz alta, sem te cansares. Levanta a tua voz como uma trombeta. Denuncia ao meu povo as suas faltas, aos descendentes de Jacob, os seus pecados.
Consultam-me dia após dia, mostram desejos de conhecer o meu caminho, como se fosse um povo que praticasse a justiça, e não abandonasse a lei de Deus. Pedem-me sentenças justas, querem aproximar-se de Deus.
Dizem-me: «Para quê jejuar, se vós não fazeis caso? Para quê humilhar-nos, se não prestais atenção?» É porque no dia do vosso jejum só cuidais dos vossos negócios, e oprimis todos os vossos empregados.
Jejuais entre rixas e disputas, dando bofetadas sem dó nem piedade. Não jejueis como tendes feito até hoje, se quereis que a vossa voz seja ouvida no alto.
Acaso é esse o jejum que me agrada, no dia em que o homem se mortifica? Curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza? Podeis chamar a isto jejum e dia agradável ao SENHOR?
O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão, repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não desprezar o teu irmão. Então, a tua luz surgirá como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se. A tua justiça irá à tua frente, e a glória do SENHOR atrás de ti.
Então invocarás o SENHOR e Ele te atenderá, pedirás auxílio e te dirá: «Aqui estou!»

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

Passagem pela urgência hospitalar

Urgências hospitalares podem ficar sem médicos a partir de Abril
Exmº. Senhor
Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar
Na passada sexta feira, dia 17 deste mês de Fevereiro, depois de expor ao “Serviço Saúde 24” os sintomas do meu mal estar – tensão elevada e dores fortes na zona do estômago -  fui aconselhado a dirigir-me ao Serviço de Urgência Geral desse Hospital para observação médica e exames complementares, se disso fosse caso. E prestação de socorro ao paciente. Eu.
Depois de andar a vaguear por ali cerca de três horas – entrei depois das 19 e foi-me dada “alta” pouco antes das 22 horas – tenho de confessar que não é uma experiência agradável: bancos partidos e insuficientes, pessoal de serviço em autogestão e desinteressado dos problemas dos doentes, quase encarados como estorvo a perturbar o “descanso” dos “trabalhadores”.  Em suma: um “serviço” que me envergonhou também como contribuinte. Saí de casa em direção ao serviço de urgência com a tensão arterial nos 158/ 97 e regressei, depois de “tratado” – ninguém me explicou a droga receitada e injetada nem me quis ouvir falar da medicação que já estou a tomar, regularmente, sob vigilância da minha Médica /com letra GRANDE!!!) de Família - pelo que a interação com a medicação já tomada  pode ter sido de tal ordem que, ao chegar a casa, a tensão, que deveria ter baixado, subiu para 198/ 109. "Decidido a morrer", mas a não voltar ao vosso serviço de urgências, consegui controlar o meu estado, no período que restava da noite, com aconselhamento de Médico amigo na administração dos medicamentos que tinha em casa. Por sorte minha, com êxito!
Na manhã de sábado, 18, dirigi-me ao Hospital Particular da nossa Cidade,  para aqui  ser recebido como doente a precisar de atenção e cuidados pelo pessoal delicado de tal Unidade Saúde e pelo médico de serviço,  um MÉDICO!!!! a sério, que se interessou, que perguntou e ouviu, que diagnosticou e receitou. Não hesitou em medir a tensão sanguínea, fazer auscultação, apalpar a barriga e saber quase com certeza a razão do meu mal. Sem exames complementares. Ah! O eletrocardiograma pedido em no vosso hospital, bem estranhamente, nem me foi entregue. Ou talvez nem seja tão estranho, pois o senhor que me atendeu, sem qualquer identificação, deu-me “alta” no corredor….
Considero Vª: Exª. o primeiro responsável pelo que se passa no Banco desse Hospital, cuja má fama é conhecida na Região. E Vª. Exª. nada faz para sanear a situação? Aqueles bancos partidos dizem logo muito do que lá vamos passar e chocam-nos ainda mais se os compararmos com o que fomos encontrar no Hospital Particular. A noite e o dia.
E não é justo. Esse Hospital tem o dever de receber com delicadeza as pessoas que o procuram, quer paguem o serviço, como eu fiz, ou estejam isentos. Vamos a essa casa em desespero de causa e não é justo, repito,  ver as nossas expectativas frustradas por alguma gente que sente estar ali a fazer um grande frete, ou que os doentes são incómodos e deviam era chegar mortos. Para não “chatearem”…
Claro está que Vª. Exª. pode assumir perante esta comunicação duas atitudes:
1. Decidir que eu não devo ter mais nada que fazer para o estar a incomodar e mandar este email para o caixote do lixo. Julgo ter então o direito de o considerar conivente com o que se passa, o “deixa andar”, os doentes que se “lixem”, que digam mal pouco me importa.
2. Entender que as coisas podem ser melhoradas, que "se calhar este indivíduo que me escreve até é capaz de vir cá depor em inquérito e dizer mesmo TUDO o que viu com os outros e lhe fizeram a ele".
Quem não quer trabalhar não o finja, ao enfiar-se num gabinete, que está ali a fazer o bem, porque não está. Tem o dever de acolher os doentes, sem sobranceria, sem vaidade, sem má educação, antes com espírito de serviço, com ética, competência e generosidade.
O senhor que me atendeu, na triagem, bocejava de 10 em 10 segundos, numa falta de sentido cívico e de educação, sem qualquer espírito ético ou brio profissional. E o que se seguiu foi do mesmo género. Ou pior!
Não estando identificados… não indico nomes. Mas se me chamar a depor, havemos de sabê-los. E saiba Vª. Exª.  que tenho mais para contar.
Não se pense que um serviço público está obrigado a funcionar mal! Na minha Unidade de Saúde Familiar, os doente são recebidos com carinho, tratados como pessoas e acompanhados como doentes. Os médicos de ambas as instituições - desse Hospital e da USF - recebem e estão tutelados pelo mesmo Ministério. Que se passa então, senhor Presidente ?
Não envio esta carta ao Senhor ministro da Saúde. Entendo que estes assuntos se podem e devem resolver no local.
Fico-lhe grato pelos minutos que me dispensou.
Com os melhores cumprimentos.
Foto in Jornal de Notícias

sábado, fevereiro 18, 2012

EM LOUVOR DO HOMEM! E DA MULHER!!!

FALANDO DOS HOMENS
... Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor !
O modo de vida, os novos costumes e o desrespeito à natureza tem afectado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está o macho da espécie humana.
Tive apenas 1 exemplar em casa, que mantive com muito zelo e dedicação num casamento que durou 56 anos de muito amor e companheirismo, (1952-2008) mas, na verdade, acredito que era ele quem também me mantinha firme no relacionamento.
Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem os Homens!'

Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da masculinidade a fim de se preservar os raros e preciosos exemplares que ainda restam.

1. Habitat
Homem não pode ser mantido em cativeiro.
Se for engaiolado, fugirá ou morrerá por dentro.
Não há corrente que os prenda e os que se submetem à jaula perdem o seu DNA.
Você jamais terá a posse ou a propriedade de um homem, o que vai prendê-lo a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada, diariamente, com dedicação, atenção, carinho e amor.

2. Alimentação correcta

Ninguém vive de vento.
Homem vive de carinho, comida e bebida.
Dê-lhe em abundância.
É coisa de homem, sim, e se ele não receber de você vai pegar de outra. Beijos matinais e um 'eu te amo' no café da manhã os mantém viçosos , felizes e realizados durante todo o dia.
Um abraço diário é como a água para as samambaias.
Não o deixe desidratar.
Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.
Portanto, não se faça de dondoca preguiçosa e fresca.
Homem não gosta disso.
Ele precisa de companheira autêntica, forte e resolutiva.

3. Carinho
Também faz parte de seu cardápio - homem mal tratado fica vulnerável a rapidamente interessar-se na rua por quem o trata melhor.
Se você quer ter a fidelidade e dedicação de um companheiro completo, trate-o muito bem, caso contrário outra o fará e você só saberá quando não houver mais volta.

4. Respeite a natureza
Você não suporta trabalho em casa? Cerveja ? Futebol? Pescaria? Amigos? Liberdade? Carros?
Case-se com uma Mulher.
Homens são folgados.
Desarrumam tudo.
São durões.
Não gostam de telefones.
Odeiam discutir a relação.
Odeiam shoppings.
Enfim, se quiser viver com um homem, prepare-se para isso.

5. Não anule sua origem
O homem sempre foi o macho provedor da família, portanto é típico valorizar negócios, trabalho, dinheiro, finanças, investimentos, empreendimentos. Entenda tudo isso e apoie.

6. Cérebro masculino não é um mito
Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino.
Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente não possuem! Também, 7 bilhões de neurônios a menos).
Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objecto de decoração.
Se você se cansou de colecionar amigos gays e homossexuais delicados, tente se relacionar com um homem de verdade .
Alguns vão-lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você.
Não fuja desses, aprenda com eles e cresça.
E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com as mulheres, a inteligência não funciona como repelente para os homens.
Não faça sombra sobre ele...
Se você quiser ser uma grande mulher tenha um grande homem ao seu lado, nunca atrás.
Assim, quando ele brilhar, você vai pegar um bronzeado.
Porém, se ele estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: homens também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
A mulher sábia alimenta os potenciais do parceiro e os utiliza para motivar os próprios.
Ela sabe que, preservando e cultivando o seu homem, estará salvando a si mesma.
E, Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor!
Só tem homem bom quem sabe fazê-lo ser bom!
Eu fiz a minha parte, por isso meu casamento foi muito bom e consegui fazer o Fernando muito feliz até o último momento de um enfisema que o levou de mim.
Eu fui uma grande mulher ao lado dele, sempre.
Com carinho,
Fernanda Montenegro.

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

CHIQUE - não resisti, veio do Brasil

SER CHIQUE SEMPRE
Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como nos...
dias de hoje.
A
 verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas.
Assim, para ser chique é preciso muito mais que um guarda-roupa ou closet recheado de grifes famosas e importadas. Muito mais que um belocarro Italiano.
O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta perante a vida.
Chique mesmo é ser discreto.
Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes e nem precisa contar vantagens, mesmo quando estas são verdadeiras.
Chique é atrair, mesmo sem querer, todos os olhares, porque se tem brilho próprio.
Chique mesmo é ser discreto, não fazer perguntas ou insinuaçõe inoportunas, nem procurar saber o que não é da sua conta.
É evitar se deixar levar pela mania nacional de jogar lixo na rua.
Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador.
É lembrar-se do aniversário dos amigos.
Chique mesmo é não se exceder jamais!
Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir.
Chique mesmo é olhar nos olhos do seu interlocutor.
É "desligar o radar", "o telefone", quando estiver sentado à mesa do restaurante, prestar verdadeira atenção a sua companhia.
Chique mesmo é honrar a sua palavra, ser grato a quem o ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios.
Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, ainda que você seja o homenageado da noite!
Chique do chique é não se iludir com "trocentas" plásticas do físico... quando se pretende corrigir o caráter: não há plástica que salve grosseria, incompetência, mentira, fraude, agressão,
intolerância, ateísmo...falsidade.
Mas, para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre de o quão breve é a vida e de que, ao final e ao cabo, vamos todos terminar da mesma maneira, mortos sem levar nada material deste mundo.
Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se encontrar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem, que não seja correta.
Lembre-se: o diabo parece chique, mas o inferno não tem qualquer glamour!
Porque, no final das contas, chique mesmo é Crer em Deus!
Investir em conhecimento pode nos tornar sábios... mas, Amor e Fé nos tornam humanos!
GLÓRIA KALLIL

domingo, fevereiro 12, 2012

- Como estás?!

A tarde caía serena e o jovem Padre, de regresso da Rádio Renascença,  rua do Alecrim abaixo,  vento fresco a  cheirar a Tejo batendo-lhe na cara, caminhava em direção ao Cais do Sodré, onde havia de apanhar o comboio que o deixasse na sua paróquia. Tinha tempo de sobra e aproveitara para esticar as pernas, como era costume ouvir dizer de seu avô. Ainda pôde ver o sol a escapar-se para as bandas do Oceano, antes de entrar no átrio da enorme estação ferroviária por onde passam milhares e milhares dos seus concidadãos, num frenesim de idas e regressos para e da capital que foi de um vasto Império, a linda cidade de Lisboa.
Aproximou-se da máquina fornecedora do bilhete para viajar e logo um outro jovem, talvez da sua idade, cabisbaixo, marcas de uma vida mal conseguida, se aproxima com a lamúria habitual:
- Uma moedinha? É para comprar  remédios…
Hugo encara-o, sente-se preso naquele olhar tristonho e cansado e dispara:
- Como estás? E como te chamas?
Primeiro… inquieto, depois surpreendido tarda a responder…
- Ah!... estou bem, sou o Carlos…
- E como vieste aqui parar?
Um coçar de cabeça, mão pela orelha, depois cofiando a barba rala do queixo lá avança:
- Sabe?! Má cabeça. Baldas na escola, cigarros e outras porcarias. A droga. Agora a sida….
Preciso mesmo que me ajude…
Sem conselhos nem comentários descabidos, o Sacerdote pôs-lhe na mão uns trocados e avançou para o comboio do seu destino. Quase apinhada aquela carruagem. Como as outras, em tal horário. De pé, acomodou-se como pode, quando, pela janela, vê o interlocutor de momentos atrás, numa dobadoira, a espreitar pelas janelas, como se procurasse alguém. Quando conseguiu localizar quem procurava, entrou na carruagem, a custa avançou pelo corredor até que se abeirou do Padre Hugo:
- Então? Que é que te faz falta agora? – perguntou o sacerdote.
- Não me faz falta nada. Mas tinha de lhe dizer obrigado, muito obrigado!
- Mas de quê? O valor das moedas nem foi por aí além…
- Não é pelas moedas… É que, há seis anos que peço esmola nesta estação, muitos têm sido aqueles que me têm dado dinheiro, mas foi hoje a primeira vez que me perguntaram o nome e me disseram:
- Como estás?!

sábado, fevereiro 11, 2012

À minha Mãe


À Minha Mãe

 Sinto-te nas carícias da fresca aragem,

 No ciciar das folhas verdes dos ulmeiros,
 No grasnar dos ganso selvagens em viagem,
 No saltitar leve das águas dos ribeiros.

  Vivo-te no chilrear das alegres cotovias,
 No gorjear melodioso do triste rouxinol,
 Nas nuvens brancas que adoçam os quentes dias,
 Nas manhãs de frio Inverno, na luz do sol.

  Na claridade que anuncia a madrugada
 E na imensa saudade das nuvens do poente…
 Vejo-te a voltares, tão cansada, da tapada,
 E eu, então menino, a correr à tua frente.

  Sinto-te, hoje, quando juntos bebemos a dor.
 E é neste momento de grande de provação,
 Que te ouço sussurrar baixinho, com amor:
 - Dorme, meu filho, que eu seguro a tua mão.

Algés, 11 de Janeiro de 2006
Nando