terça-feira, março 27, 2012

Marx vivo e actual?

Marx, mais vivo e atual do que nunca, 129 anos após sua morte
Por Atilio Boron
desde Buenos amires, 14 de março 2012
Em um dia como hoje[14/03], há 129 anos, morria placidamente em Londres, aos 65 anos de idade, Karl Marx. Correu a sorte de todos os grandes gênios, sempre incompreendidos pela mediocridade reinante e o pensamento dominado pelo poder e pelas classes dominantes. Como Copérnico, Galileu, Servet, Darwin, Einstein e Freud, para mencionar apenas alguns poucos, foi menosprezado, perseguido, humilhado. Foi ridicularizado por anões intelectuais e burocratas acadêmicos que não chegavam a seus pés, e por políticos complacentes com os poderosos de turno, a quem causavam repugnância suas concepções revolucionárias.
A academia cuidou muito bem de fechar suas portas, e nem ele e nem seu eminente colega, Friedrich Engels, jamais habitaram os claustros universitários. E mais, Engels, que Marx disse ser “o homem mais culto da Europa”, nem sequer estudou em uma universidade. Mesmo assim, Marx e Engels produziram uma autêntica revolução copernicana nas humanidades e nas ciências sociais: depois deles, e ainda que seja difícil separar sua obra, podemos dizer que, depois de Marx, nem as humanidades, nem as ciências sociais voltariam a ser como antes. A amplitude enciclopédica de seus conhecimentos, a profundidade de seu olhar, sua impetuosa busca das evidências que confirmassem suas teorias fizeram de Marx, suas teorias e seu legado filosófico mais atuais do que nunca.
O mundo de hoje, surpreendentemente, se parece ao que ele e seu jovem amigo Engels prognosticaram em um texto assombroso: o Manifesto Comunista. Esse sórdido mundo de oligopólios de rapina, predatórios, de guerras de conquista, degradação da natureza e saque dos bens comuns, de desintegração social, de sociedades polarizadas e nações separadas por abismos de riqueza, poder e tecnologia, de plutocracias travestidas de democracia, de uniformização cultural pautada pelo american way of life, é o mundo que antecipou em todos os seus escritos.
Por isso são muitos que, já nos capitalismos desenvolvidos, se perguntam se o século 21 não será o século de Marx. Respondo a essa pergunta com um sim, sem hesitação, e já estamos vendo: as revoluções em marcha nos países árabes, as mobilizações dos indignados na Europa, a potência plebéia dos islandeses ao enfrentarem e derrotarem os banqueiros, as lutas dos gregos contra os sádicos burocratas da União Européia, do FMI e do Banco Central Europeu, o rastro de pólvora dos movimentos nascidos a partir do Occupy Wall Street, que abarcou mais de cem cidades estadunidenses, as grandes lutas da América Latina que derrotaram a ALCA e a sobrevivência dos governos de esquerda na região, começando pelo heróico exemplo cubano, dentre muitas outras mostras de que o legado do grande mestre está mais vivo do que nunca.

O caráter decisivo da acumulação capitalista, estudada como ninguém mais o fez em O Capital, era negado por todo o pensamento da burguesia e pelos governos dessa classe, que afirmavam que a história era movida pela paixão dos grandes homens, as crenças religiosas, os resultados de heróicas batalhas ou imprevistas contingências da história. Marx tirou a economia das catacumbas e não só assinalou sua centralidade como demonstrou que toda a economia é política, que nenhuma decisão econômica está livre de conotações políticas. E mais, que não há saber mais político e politizado do que a economia, rasgando as teorias dos tecnocratas de ontem e hoje que sustentam que seus planos de ajuste e suas absurdas elucubrações econométricas obedecem a meros cálculos técnicos e são politicamente neutros.
Hoje ninguém acredita seriamente nessas falácias, nem sequer os porta-vozes da direita (ainda que se abstenham de confessar). Poderia se dizer, provocando o sorriso debochado de Marx lá do além, que hoje são todos marxistas, mas à lá Monsieur Jordan, personagem de Le Bourgeois gentilhomme (O gentil homem burguês, O Burguês ridículo, dentre outras traduções já feitas da obra), de Molière, que falava em prosa sem saber. Por isso, quando estourou a nova crise geral do capitalismo, todos correram para comprar O Capital, começando pelos governantes dos capitalismos metropolitanos. É que a coisa era, e é, muito grave pra perderem tempo lendo as bobagens de Milton Friedman, Friedrich Von Hayek ou as monumentais sandices dos economistas do FMI, do Banco Mundial ou do Banco Central Europeu, tão ineptos como corruptos e que, por causa de ambas as coisas, não foram capazes de prever a crise que, tal como tsunami, está arr asando os capitalismos metropolitanos.

Por isso, por méritos próprios e vícios alheios, Marx está mais vivo do que nunca e o faro de seu pensamento ilumina de forma cada vez mais esclarecedora as tenebrosas realidades do mundo atual.
Atilio Boron é doutor em Ciência Política pela Harvard University, professor titular de Filosofia da Política da Universidade de Buenos Aires e ex-secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO).
Tradução: Gabriel Brito, jornalista do Correio da Cidadania.


segunda-feira, março 26, 2012

Usa bem o Facebook?!

 Aí está: Isto de andarem a expor a vida particular no Facebook é um pau de dois bicos. Mas também demonstra uma preguiça muito grande: em vez de enviarem um e-mail aos amigos (o que dá trabalho) toca a enviar tudo pelo dito Facebook.  Depois, arrependem-se, como nos casos abaixo. Não sei porque nunca achei inteligente e prudente estar a falar muito da minha vida através de um meio que não posso controlar.   
Assustador!
Infelizmente, as coisas boas que uns fazem, outros aproveitam para fazer o mal.
Esta semana, na televisão, houve reportagem todos os dias com Joaquín López Dóriga, jornalista mexicano, sobre o Facebook, o Hi5, Myspace, Sonico, Netlog, etc. e o perigo de seu uso.
Veio uma reportagem diária no jornal MILÊNIO sobre como os sequestradores têm como fonte de informação direta e confiável nos blogs do Facebook e do Hi5.
Entrevistaram uns sequestradores, que dizem que entram na Rede e vêm os rostos, a casa, os carros, as fotos de viagem e sabem o nível social e económico que têm os utilizadores
Na televisão, um deles declarou que antes investigavam muito para conhecer os candidatos a sequestros, mas que agora, com o Facebook, eles conseguem facilmente as informações, que pomos voluntariamente na Rede.
Com isso, não se enganam e não têm que investigar onde vivem,  que escola frequentam, para onde viajam, quem são os pais, irmãos e amigos.
Passou-se isto com Alejandro Marti, jovem mexicano morto pelos seus sequestradores, que colocava tudo no Facebook. A família acaba de fechar o seu blog, depois de dar conta da quantidade de informação potencialmente perigosa que o jovem colocava com alegria, sem suspeitar que estivesse ajudando a quem o matou.
Protejei os  vossos filhos e protejam-se! Não coloquem informação íntima e pessoal na Rede.
A VERDADE SOBRE O 'FACEBOOK'
O Facebook vende a informação dos seus usuários ao maior espião; cito textualmente: 'O que muitos usuários não sabem é que, de acordo com as condições do Contrato que virtualmente assumem, ao clicarem no quadro "Aceito", os usuários autorizam  e consentem ao Facebook a propriedade exclusiva e perpétua de toda as informações e imagens que publicam.
Assim, ressalta o perito, os membros 'automaticamente autorizam ao Facebook o uso vitalício e transferível, junto com os direitos de distribuição, de tudo o que colocam na sua página Web'.
Os Termos de Uso reservam ao Facebook o direito a conceder e sub-licenciar todo o "Conteúdo do Usuário" para outros propósitos.
Sem o seu consentimento, muitos usuários convertem as suas fotografias em publicidade, tranformando um bem privado em comércio público.
De repente, tudo o que os seus membros publicaram, incluindo as suas fotografias pessoais, as suas tendências políticas, o estado de suas relações afetivas, interesses individuais e até o endereço de suas casas, foi enviado sem autorização expressa a milhares de usuários.
Há de se acreditar em Mr. Melber, quando assegura que muitos empregadores americanos,
ao avaliar os currículos, consultam o Facebook para conhecer intimidades dos candidatos.
A prova de que uma página no Facebook não é privada, evidenciou-se em um conhecido caso da Universidade John Brown, que expulsou um estudante quando descobriu uma foto que este colocou no Facebook, vestido de travesti. Outra evidência aconteceu quando um agente do Serviço Secreto visitou, na Universidade de Oklahoma, o estudante do segundo ano, Saúl Martínez, por um comentário ofensivo ao Presidente.
E, para piorar, o assunto não termina quando os usuários cancelem a sua conta:
as suas fotos e informação permanecem, segundo o Facebook, para o caso de quererem reativar a sua conta; o usuário não é retirado nem quando morre. De acordo com as 'Condições de Uso', os membros não podem obrigar que o Facebook  retire os dados e imagens dos seus dados, já que quando o falecido aceitou o Contrato Virtual, concedeu ao Facebook o direito de mantê-lo ativo sob um status especial de partilha por um período de tempo determinado, para permitir que outros usuários possam publicar e observar comentários sobre o falecido.
Saibam os usuários do Facebook que são participantes indefesos de um cenário que os académicos qualificam como o maior caso de espionagem na História da Humanidade.
Convertem-se, de forma inconsciente, nos precursores do fenómeno 'Big Brother',
alusão direta à intromissão abusiva do Estado nos assuntos privados do cidadão comum para controlar o seu comportamento social, tema de uma novela profundamente premonitória escrita em 1932 pelo britânico Aldous Huxley: 
 "Um Mundo Feliz" ("1984").
 
POR FAVOR, REENVIE AOS SEUS
 CONTATOS.













       

quarta-feira, março 21, 2012

Um dia isto tinha de acontecer - pais à rasca... filhos à rasca

Um Amigo garantiu-me que o texto não é de Mia Couto... Nem por isso perde atualidade. gostaria de saber quem o escrever, para aqui o testemunhar.
«Existe mais do que uma! Certamente! Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida. Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos. Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1.º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes. Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca. Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais. São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração. São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar! A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas. Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados. Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional. Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere. Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam. Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras. Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável. Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada. Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio. Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração? Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos! Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós). Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja! que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida. E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!! Novos e velhos, todos estamos à rasca. Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens. Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles. Haverá mais triste prova do nosso falhanço?»

sexta-feira, março 16, 2012

Que tal o desempenho do "onze laranja"?

"O onze laranja prometia muito, o presidente da agremiação tinha-se livrado do treinador anterior e tinha conseguido colocar em seu lugar a jovem promessa que tinha sugerido quando se tinha candidatado à presidência do clube. O financiamento estava assegurado pelo estrangeiro, a equipa era nova, a equipa estava reduzida ao essencial, fizeram grandes aquisições a preço zero no estrangeiro, foi-se buscar jogadores desconhecidos mas de quem se dizia serem grandes promessas. Tudo parecia ir correr bem, o director do “i” tinha um orgasmo cada vez que o Gaspar tocava na bola, no DN criaram um clube de fãns do Relvas, o pessoal da brilhantina da Ongoing desfazia-se em elogios à nova equipa, o presidente da agremiação estava tão tranquilo que se dedicou a colecionar selos, à apreciação da felicidade das vacas de quatro patas e à escrita das memórias a publicar sob a forma de livrinhos de cowboys. O capitão da equipa, o Relvas, um jogador luso–cabo-verdiano que tinha dado provas no campeonato das off-shores, mandava no balneário como ninguém. O treinador nem precisava de saber da bola, os adversários entravam no campo já derrotados. Tudo corria às mil maravilhas, parecia o Pinto da Costa nos bons velhos tempos.
 De repente, tudo começa acorrer mal, o presidente só diz disparates e há quem pense que apanhou uma variante bovina da senilidade, as receitas do clube baixam, o tal super-jogador que veio do Canadá não acerta um passe, o ponta de lança perdeu a pontaria e não acerta numa previsão, o director do “i” foi demitido, o pessoal da brilhantina fechou a loja, o Gaspar disputa a braçadeira de capitão ao Relvas, a Cristas, em vez de chutar, não para de rezar, o Portas passa o tempo metido no balneário e ninguém o vê durante os treinos, uma boa parte da equipa mal toca na bola.
 A desgraça só não é maior porque, de vez em quando, têm de fazer de conta que jogam alguma coisa, é quando são observados pelos da troika, e até se têm safado bem, santos da casa não fazem milagres e estão melhor vistos por aqueles fulanos estrangeiros com ar de palermas do que pelos Portugueses.
 Bem, sempre há alguns portugueses que se mantêm fãs incondicionais da equipa, é o caso do Mexia, o mais influente treinador de bancada, do Catedrático zero que esteve para ingressar na equipa, do Ferreira do Amaral que recebeu uma gorja de quatro milhões e das duas claques, a do pessoal dos gabinetes e a dos bloggers que o Relvas promoveu a assessores. No estrangeiro as coisas também não estão a correr mal, seguiram os conselhos do Futre, meteram um pontade lança chinês na EDP e não param de chegar paletes cheias de chineses. Por este andar, o primeiro-ministro de Portugal passa a ser, por inerência, membro observador do congresso do Partido Comunista Chinês.
 O problema é que não bastam os chineses, os guinchinhos de apoio da claque dos gabinetes ou as bordoadas das claques dos blogues e dos jornais para animar a equipa; o estádio está uma tristeza, os adeptos andam desanimados, raros são os que vão ver os jogos, são´cada vez menos os que acreditam na equipa, alguns já rasgam o cartão de sócio.
 O onze laranja é uma desgraça em campo, joga mal, o Gaspar deixou de ter graça, o secretário de Estado dos Transportes meteu um golo na sua própria baliza, o da Energia levou uma canelada porque se queixou de a equipa favorecer o adversário, os jogadores já se pegam à batatada a meio do jogo, o Álvaro parece que foge da bola, o Portas saiu do campo e ninguém o encontra, a Cristas já pediu para construírem uma capela no estádio, como fez a esposa do Manuel Damásio no velho Estádio da Luz, o presidente anda a fazer roteiros com os velhotes do Clube Excursionista de Belém...
Dantes o Benfica ainda foi ao Terreiro do Paço cumprimentar o Papa, o onze laranja está num estado tal que vai acabar por ter de ir  à Santinha da Ladeira, porque já nem a Igreja Universal do Reino de Deus os recebe, até o dr. Kilumbalhes recusou uma consulta.
Porra, nunca mais chega o fim deste campeonato!"
Enviado por um amigo. Obrigado, António Pedro.
In "Jumento.blogspot.com", com a devida vénia.
Valha-nos "The Carpenters" com Jambalaya

quarta-feira, março 07, 2012

I'm 74; I'm tired, por Bill Cosby

"Tenho 74 anos e estou cansado"
Tenho 74 anos.Excepto num breve período na década de 50 quando fiz o meu serviço militar, tenho trabalhado duro desde que eu tinha 17 anos. Excepto por alguns graves desafios de saúde, tinha 50 horas por semana, e não caí doente em quase 40 anos. Tinha um salário razoável, mas eu não herdei o meu trabalho ou o meu rendimento. Eu trabalhei para chegar onde estou. Dada a economia, parece que, embora, a reforma foi uma má idéia, e estou cansado. Muito cansado.
Estou cansado de que me digam que eu tenho que "distribuir a riqueza" para as pessoas que não têm a minha ética de trabalho. Estou cansado de que me digam que o governo fica com o dinheiro que eu ganho, pela força se necessário, e dá-o a pessoas com preguiça para ganhá-lo.
Estou cansado de que digam que o Islão é uma "religião da paz", quando todos os dias eu leio dezenas de histórias de homens muçulmanos a matar suas irmãs, esposas e filhas pela "honra" da sua família; de tumultos de muçulmanos sobre alguma ligeira infracção; de muçulmanos a assassinar cristãos e judeus porque não são"crentes"; de muçulmanos queimando escolas para meninas; de muçulmanos apedrejando adolescentes, vítimas de estupro, até a morte por "adultério"; de muçulmanos a mutilar o genital das meninas, tudo em nome de Alá, porque o Alcorão e a lei Sharia diz para eles o fazerem.
Estou cansado de que me digam que por "tolerância para com outras culturas" devemos deixar que Arábia Saudita e outros países árabes usem o nosso dinheiro do petróleo para financiar mesquitas e escolas madrassas islâmicas para pregar o ódio na Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, enquanto que ninguém desses países está autorizado a fundar uma sinagoga, igreja ou escola religiosa na Arábia Saudita ou qualquer outro país árabe, para ensinar amor e tolerância ..
Estou cansado de que me digam para eu baixar o meu padrão de vida para lutar contra o aquecimento global, o qual não me é permitido debater.
Estou cansado de que me digam que os toxicodependentes têm uma doença, e eu tenho que ajudar no apoio e tratá-los, pagar pelos danos que eles fazem.
Foi um germe gigante, a sair correndo de um beco escuro, a agarrá-los, e a enchê-los de pó branco pelo seu nariz ? ... Ou a enfiar uma agulha em seu braço, enquanto tentaram combatê-los?... E os que fumam desprezando o próximo, quem os "obrigou"?
Estou cansado de ouvir ricos atletas, artistas e políticos de todas os partidos falarem sobre erros inocentes, erros estúpidos ou erros da juventude, quando todos sabemos que eles pensam que seus únicos erros foi serem apanhados. Estou cansado de pessoas com senso do direito... Rico ou pobre.
Estou realmente cansado de pessoas que não assumem a responsabilidade por suas vidas e acções. Estou cansado de ouvi-los culpar o governo, de discriminação pelos "seus problemas."
Eu também estou cansado e farto de ver homens e mulheres jovens em sua adolescência e início de 20 anos serem "doca" de tatuagens e pregos na face, tornando-se não-empregáveis e reivindicando dinheiro do governo ... Dos nossos impostos (de quem trabalha e produz)
Sim, estou muito cansado. Mas também estou feliz por ter 74 ... Porque, não vou ter de ver o Mundo que essas pessoas estão CRIANDO.
Eu só estou triste por minha neta e os seus filhos. Graças a Deus estou no caminho de saída e não no caminho de entrada
Não há maneira de isto ser amplamente divulgado... A menos que cada um de nós colabore, enviando e ganhando força para contrariar esse (mau) caminho que o Mundo, por força de (péssimos) governantes, nos está proporcionando
. Esta é sua chance de fazer a diferença.

" I'm 74 and I'm tired.
(Tenho 74 e estou cansado)

sexta-feira, março 02, 2012

Fim do Mundo em 2012?!

Mesmo os mais distraídos já se devem apercebido do zum zum à volta de 2012. Entre filmes apocalípticos de Hollywood, documentários sobre as profecias Maia e correntes de e-mail sobre o Apocalipse, nunca o fim do mundo teve tantos meios de divulgação como na era da globalização e da internet. Há teorias para todos os gostos, as mais pessimistas preveem a destruição total do planeta, em dezembro de 2012, as mais otimistas asseguram que a mudança será interior, falam da nova era e num  "novo paradigma da consciência". Já ouvimos falar disto tudo no ano 2000? Talvez, mas pelo sim, pelo não fomos investigar melhor.
Vem aí uma data redonda. Fujam!
As teorias apocalípticas ressurgem sempre nas datas redondas e as passagens de milénio são férteis em profecias. No ano 2000 o mundo tremeu com medo do "bug do milénio"  que ia ter consequências imprevisíveis sobre os sistemas informáticos que não conseguiam distinguir o ano 2000 do 1000. Falava-se em possíveis catástrofes nucleares e houve quem se refugiasse em bunkers, até porque a sabedoria popular corroborava o apocalipse com o famoso dito "a mil chegarás, de dois mil não passarás". Também o ano 1000 esteve recheado de profecias do fim do mundo (sem a parte dos computadores) que não se vieram a concretizar, assim como o ano 500 e o 90, apenas para dar alguns exemplos.
À falta de datas redondas os eventos astronómicos costumam ser o pretexto mais usado para prever o final dos tempos. Ainda se lembra do eclipse solar de 11 de agosto de 1999 associado às profecias de Nostradamus? Ou da passagem do cometa Hallebop, em 1997, que gerou várias previsões cataclísmicas e teorias de ET´'s a caminho da Terra escondidos na nuvem de poeira do cometa? Não é para rir tendo em conta que pelo menos 39 membros da seita norte-americana Heaven's Gate cometeram suicídio por acreditarem que as suas almas seriam levadas pelos extraterrestres...
O que diz a Profecia Maia de 2012?
"Basicamente a ideia é que os Maias, que tinham um calendário mais preciso, mais complexo e muito mais holístico que o nosso, previram vários acontecimentos que entretanto aconteceram, como a chegada do homem branco - Hernan Cortez - a 8 de novembro de 1519. Um dos seus calendários (eles tinham vários) prevê que algo de muito grave se passará no solstício de inverno, 21 de dezembro, de 2012. Tão grave que o mundo tal como o conhecemos desaparecerá", afirma o astrólogo Luís Resina. Formado em filosofia, Resina, 56 anos, dedica-se há mais de 30 ao estudo das religiões, do simbolismo e do esoterismo. Em Portugal é um dos que defende a importância simbólica de 2012, e tem escrito artigos e dado conferências sobre o assunto, nomeadamente no Espaço Espiral, em Lisboa, onde promove atividades. Uma rápida pesquisa no Google permite perceber que não está sozinho. Há mais de 40 milhões de resultados sobre o assunto.
No centro da profecia está o calendário Maia maior, também chamado calendário de conta larga. "Os Maias dividiam o tempo em períodos de 25.625 anos e esse período era por sua vez dividido em cinco fases de 5.125 cada uma. O dia 21 de dezembro de 2012 marca o fim do quinto ciclo, o fim do calendário que representa ?o fim de um período de sombras, o fim da materialidade e uma oportunidade para voltarmos a abarcar a essência do cosmo".
O calendário Maia e a era de aquário
Luis Resina articula a profecia Maia com alguns eventos astronómicos de relevo, como um raro alinhamento entre o Sol e a Terra com o centro da galáxia, que se irá dar precisamente no dia 21 de dezembro de 2012, e o fim do ciclo de 26 mil anos que marca a passagem para a Era de Aquário, tudo a ocorrer precisamente agora. Há quem fale na extinção da vida na Terra, um cenário explorado por Hollywood em vários filmes sobre 2012, mas Luís Resina garante que é apenas o início de uma nova era para a humanidade.
"O mundo não vai acabar, basta ver que os Maias também falam em períodos posteriores a esta data, todas estas mudanças se dão ao longo de um período de tempo, não prevejo acontecimentos cataclísmicos. Aliás, a profecia também fala do tempo do não tempo, um período a que os Maias chamavam katún e que corresponde aos últimos 20 anos antes de 2012, é o tempo de acordar. No fundo as transformações externas a que estamos a assistir funcionam como um catalisador para as mudanças que temos de fazer dentro de nós", diz.
Calma, é só um calendário...
A visão da astronomia sobre o assunto é diferente. O astrónomo Carlos Oliveira, especialista em educação científica, a fazer o doutoramento na Universidade do Texas, dedica-se no site astropt.org a desmistificar muito do que diz serem ideias distorcidas sobre astronomia, nomeadamente as associadas 2012."É verdade que os Maias percebiam de astronomia e conseguiam grande precisão nos calendários graças à observação do céu durante anos a fio, mas a sua astronomia também estava inserida num sistema de crenças, acreditavam que o universo era plano e quadrado, encaravam os movimentos do Sol, Lua e Vénus como movimentos dos deuses e ainda pensavam que o Sol girava à volta da Terra. Também é verdade que um dos seus calendários, chamado calendário maia de Conta Larga, terminava por volta de 21 de dezembro de 2012, mas não há indicações de que considerassem isso especial. Trata-se de um calendário como o nosso, por ciclos, quando se chega a "31 de dezembro" esse ciclo acaba e começa um novo a "1 de janeiro". Pode-se dizer "ano novo, vida nova", e esperar certas realizações no ano seguinte, mas não passa disso", explica.
Mas então há ou não um alinhamento raro entre o sol, a terra e o centro da galáxia em dezembro de 2012? "Se criarmos uma linha imaginária entre o sol, a Terra e o centro galático nessa data do solstício de Inverno parece que os três estão alinhados. Na verdade o movimento de precessão da Terra leva tanto tempo que parece que que já estamos alinhados há vários anos. Para ser mais detalhado esse alinhamento foi mais preciso em 1998. Já na altura andavam a dizer que íamos morrer todos devido a isso e nada aconteceu. Não há qualquer efeito do alinhamento e em 2012 estaremos menos alinhados que em 1998", diz Carlos Oliveira.
De onde veio o mito de 2012?
Se não veio dos Maias, de onde surgiu a ideia de 2012 como data apocalíptica? David Stuart, especialista em escrita maia antiga da Universidade do Texas, em Austin, traça a origem do mito aos anos 60 e 70, quando o escritor Frank Waters publicou vários livros sobre o tema como "Mexico Mystique: the Coming of the Sixt Age of Consciousness" um pastiche das filosofias maia e aztecas em que sugeria que o fim do calendário maia envolveria uma transformação da consciência mundial. As ideias de Waters foram secundadas por Jose Arguelles num livro doido mas que teve muita influência chamado "The Mayan Factor: Path Beyong Technology"?, lê-se no site que o investigador mantém em http://decipherment.wordpress.com .
A difusão destas teorias em redor do calendário Maia levou recentemente o diretor do Acervo Hieróglifo e Iconográfico Maya do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, Carlos Pallán, vir a público esclarecer que "em nenhum dos 15 mil textos existentes dos antigos maias está escrito que em 2012 haverá grandes cataclismos, crença originada em escritos esotéricos da década de 1970".
Nem tudo o que é antigo é ouro
A tendência para achar que houve povos remotos com uma espiritualidade mais avançada e que têm uma chave perdida que conduz à nossa salvação é antiga. Corresponde a uma nostalgia do divino, os antropólogos explicam isto com o mito do Paraíso Perdido. O fim dos tempos é outro fascínio de sempre. "As pessoas gostam de acreditar que o mundo vai acabar durante a vida delas, porque isso tornará a era em que vivem como a mais especial, tornará a sua vida relevante. Psicologicamente é apelativo pensarem estar no mais importante tempo de sempre: é um geocentrismo psicológico ligado ao tempo", explica o astrónomo Carlos Oliveira.
"A Profecia Maia é somente mais um esquema para vigarizar os crentes em conspirações". Prova disso são as resmas de livros, filmes e DVDs que se vendem sobre estes assuntos. Ou as iniciativas como a da empresa pornográfica norte-americana Pink Visual que está a construir um glamoroso bunker para salvar 1500 pessoas do Apocalipse, entre profissionais e fãs da empresa. É o chamado marketing apocalíptico.
O mundo vai mesmo acabar
Agora que já a descansamos sobre 2012 temos uma má notícia: o mundo vai acabar. O prazo para a extinção da humanidade é um assunto controverso na comunidade científica mas não oferece dúvidas. Marque na agenda, se não for antes, por mão do homem, será daqui a 500 milhões de anos. A vida na Terra depende do Sol e este, como todas as estrelas, tem um prazo de validade. A temperatura do Sol está a aumentar muito lentamente e daqui a 500 milhões de anos a temperatura tornará a vida na Terra impossível. E depois? O sol começará a definhar consumindo as últimas reservas de hidrogénio, em 5 biliões de anos deverá colapsar por completo depois transformar-se numa estrela gigante vermelha, consumindo a Terra ou empurrando-a para os confins escuros do espaço.
Um mundo de calendários
Os calendários são apenas convenções para medir o tempo. Outras culturas têm contagens diferentes da nossa
Ano gregoriano (o nosso): 2012
Ano hebraico: 5772-5773
Ano arménio: 1461
Ano islâmico: 1433-1434
Ano chinês: 4708-4709
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